A manhã
Poema de Antonio Miranda
escrito aos 23 anos
A manhã entrando pelas janelas,
também as janelas orbiculares,
túmidas, oblíquas, resistindo
ao sol em seu incêndio matinal.
E um mundo que se afigura,
um mundo de sempre, aos
nossos olhos notívagos, lutando
por reintegrar-se em novos matizes.
Como um peso, ou um pêndulo
saído da noite, do tempo, como
de uma caixa, de nós. O sol
que agudiza a manhã abortada.
março 1964.
|